Vestir os nus. (Obras de Misericórdia Corporais - 5 de 7)

Vestir os nus.
Comentário do Pe.Reginaldo Manzotti


Chamados somos nós, a sermos discípulos de um Mestre que Evangelhos relatam, exortou: “Quem tem duas túnicas dê uma ao que não tem” (Lc 3, 11a)

O apóstolo Tiago escreveu à comunidade que lhe foi confiada pastorear: “Se a um irmão ou a uma irmã faltarem roupas e o alimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, mas não lhes der o necessário para o corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se não tiver obras, é morta em si mesma. (Tg 2, 15-17).

Recentemente, deparei-me com uma situação muito triste, percebi que uma senhora levava muitas peças de roupas, e pares de sapato para um bazar beneficente. O que a principio parecia uma atitude louvável, na realidade era fruto de uma compulsão em comprar, e uma forma velada de esvaziar o guarda-roupa e sapateira para sempre ter espaço que acomodasse os artigos de suas compras, nas freqüentes visitas aos shoppings. Caridade? Obra de misericórdia? Creio numa partilha de bens, onde a atitude condiz com a intenção e a real motivação.

Em contra partida soube de algo edificante: uma pessoa após observar que seu colega de trabalho, recém contratado, passou semanas com a mesma calça, se deu conta que era a única que ele tinha, então com muita sutileza, e descrição para não humilhar o colega, o presenteou com uma calça jeans.