Santa Teresinha do Menino Jesus e a Pequena Via

PEQUENA VIA

Santa Teresinha escreveu que, no fim do mundo teremos muita surpresa ao ler a história de muitas pessoas e, então: “haverá pessoas admiradas ao ver o caminho pelo qual eu fui conduzida!...”. E qual o caminho pelo qual a Santa foi conduzida? Certamente não foi um caminho infantil e doce, mas palmilhado na cruz do Senhor. O caminho de Santa Teresinha foi especial, foi uma espiritualidade, que Deus lhe revelou no secreto de sua alma e o tendo descoberto, ela revelou os segredos do rei a todos nós.

Vejamos como isso aconteceu.

Santa Teresinha sempre quis ser uma santa, e mesmo diante da grandeza dos santos e da sua pequenez e fraqueza, nunca desanimou. Considerando-se como era, ela disse: “devo me suportar tal qual eu sou com todas minhas imperfeições, mas quero procurar o meio de ir para o Céu por um pequeno caminho bem reto, bem curto, um pequeno caminho todo novo”.

E como é esse Pequeno Caminho?

Esse Pequeno Caminho é toda a espiritualidade de Santa Teresinha. Mas, se quiséssemos salientar as bases e as características da espiritualidade do Pequeno Caminho, poderíamos dizer que é o caminho do amor; o caminho da humildade e da humilhação; o caminho da pequenez e da pobreza; o caminho da confiança e do total abandono; o caminho da simplicidade de uma criança; o caminho da obediência cega à vontade divina. Há dois textos teresianos que, de forma sintética, revelam os pontos chaves do “Pequeno Caminho”. Ei-los:

“Meu caminho é todo de confiança e de amor, não compreendo as almas, que têm medo de um amigo tão terno. Às vezes, quando leio certos trados nos quais a perfeição é mostrada mediante mil entraves, cercada de uma multidão de ilusões, meu pobre espiritozinho logo se cansa, fecho o sábio livro que me quebra a cabeça e seca meu coração e pego a Sagrada Escritura. Então, tudo me parece luminoso, uma só palavra abre à minha alma horizontes infinitos, a perfeição me parece fácil, vejo que basta reconhecer seu nada e abandonar-se como uma criança nos braços do Bom Deus.Deixando às grandes almas, aos grandes espíritos os belos livros que não posso compreender, ainda menos pôr em prática, alegro-me por ser pequena, pois que só as crianças e os que se lhes assemelham serão admitidos ao banquete celeste. Fico feliz porque há muitas moradas no reino de Deus, pois senão houvesse senão aquelas cuja descrição e caminho me parecem incompreensíveis, eu não poderia entrar nele.”
“Devemos ir para o céu pelo mesmo caminho, o do sofrimento unido ao amor. Quando chegar ao porto, eu lhe ensinarei, querido irmão de minha alma, como você deve navegar sobre o mar encapelado do mundo com o abandono e o amor de uma criança, que sabe que seu Pai a ama e não poderia deixá-la só na hora do perigo. Ah, como quisera fazê-lo compreender a ternura do Coração de Jesus, o que Ele espera de você! Compreendi, mais que nunca, que sua alma é irmã da minha, pois que é chamada a se elevar para Deus pelo ascensor do amor e não a subir a rude escada do temor...”
O “Pequeno Caminho” foi a estrada pela qual Santa Teresinha caminhou em direção a casa do Pai neste mundo, mas ela não guardou para si somente os segredos do Rei, ela os revelou, ensinou-os e sempre desejou, embora sabendo que devemos respeitar as preferências pessoais, que muitos seguissem o seu “Pequeno Caminho”. A esse propósito, eis o que escreveu a Santa no seu afã de que muitos palmilhassem o seu “Pequeno Caminho”:
“Quero ensinar aos outros o caminho da confiança e do total abandono. Quero lhes ensinar os pequenos meios que me serviram tão bem, dizer-lhes que só há uma coisa a fazer nesta terra: jogar para Jesus as flores dos pequenos sacrifícios, pegá-lo mediante carícias, foi assim que o peguei e é assim que serei tão bem recebida”. “Que me importa que seja eu ou outra pessoa que dê esse caminho aos outros; contanto que ele seja apresentado, não importa o instrumento!”.